quarta-feira, maio 23, 2007

Sugadora, o aspirador do Diabo















Este post é feito com a máxima solidariedade por todas as mulheres (e homens modernos) que têm de realizar as duras tarefas que compõem a fascina doméstica. Convínhamos, sujar é rápido, fácil e até divertido, porém limpar é sempre lento, custoso e aborrecido (a quem discordar aconselho vivamente a procurar ajuda profissional, quer seja na forma de terapia ou dum qualquer modo de execução sumária).
Como mencionei no post anterior nós, membros do Clã da Cortiça Marítima, somos forçados a fazer várias actividades de limpeza submarina, para possibilitar o trabalho científico.
As mulheres-a-dias terrestres têm um inimigo principal e todo um arsenal para o combater: vassouras, panos, aspiradores, etc. Tais objectos não fazem sentido contra os nocivos oponentes dos homens e mulheres-a-dias subaquáticos: as algas e a areia. Não estão a imaginar utilizar uma vassoura para afastar a areia ou um pano para tirar as algas, pois não?
As algas, que cobre os spits, impedindo o seu uso, combatemos com uma escova de aço. Parece simples não? Porém, tentem limpar um spit quando mal conseguem ver um palmo à frente do nariz e com a ondulação a tirar-vos de um lado para o outro, como um bola de flippers!
Porém, para afastar os imensos quilos de areia que escondem e protegem os artefactos dos Cortiçais precisamos de algo bem mais poderoso que um escova de aço. Refiro-me, claro, à rainha de todas as armas do arsenal da limpeza aquática: a sugadora.
Este aspirador imenso (com força suficiente para sugar Alberto João Jardim da presidência da Madeira) tem uma função básica, tirar areia do sítio A e transportá-la, através de tubagem, para o sítio B. Embora seja essencial para um bom desempenho do trabalho, não é uma ferramenta agradável de utilizar, para nenhuma das partes evolvidas. Antes de mais, só funciona porque temos um compressor no barco a emitir quantidades de poluição sonora capaz de acordar a múmia de Lenine. Algo extremamente encantador para o pobre desgraçado que fica de guarda à embarcação, como podem imaginar! Para além disto implica que o local de trabalho esteja repleto de mangueira e tubos que, inevitavelmente, acabam por dificultar a deslocação. Também levanta alguma areia, o que faz maravilhas aos equipamentos pessoais dos mergulhadores.
Mas o que atribui características dantescas a este utensílio é a função para que foi concebida: sugar. A força desta coisa é impressionante! Alguns de nós já ficaram com o bocal desta máquina presa no braço ou perna e digo-vos é poderoso. Ficamos com chupões que pareciam doenças de pele com nomes impronunciável de países lá para trás do sol-posto! Não aconselhamos ninguém a aproximar aquilo dos órgãos reprodutores. Ou teriam uma grande quantidade de prazer ou de dor, possivelmente ambas.
Agora, não façam a experiência com o aspirador, por favor! A sério, não é muito boa ideia... a não ser que queriam entrar no “Jackass”.

Vitor Frazão.