Associação dos Amigos do Óscar
Já aqui se tem falado numa facção de contra-cultura dentro da GEPS. Um grupo de corajosos livres-pensadores que não teme dar opiniões diferentes mesmo que pareçam ridículas (tradução: uma cambada de palhaços com teorias parvas). Este conjunto dá pelo nome de Associação dos Amigos do Óscar. O bando tem como objectivo espalhar as mais estapafúrdias ideias de contra-informação sobre o sítio dos Cortiçais (muitas delas produto das longas horas de trabalho no projecto) e derrubar o poder imperialista dos líderes da GEPS. Revolução sempre!!!
Sou membro fundador da AAÓ (isto dito com sotaque Nazareno) e único dos associados que o admite publicamente. O que se compreende, afinal poucos arqueólogos, que pretendam ter uma carreira séria, confirmariam a sua ligação a esta corja de malandros. Como não há o risco disso me vir a acontecer…
Contar-vos-ei as condições do nascimento da AAÓ e então compreenderão de onde vem muita desta demência. Tudo se passou na campanha dos Cortiçais de Novembro de 2005, dedicada a fechar o ciclo da última campanha. Em suma tínhamos tirado muitos fragmentos de cerâmica debaixo d'água e não tinha havido tempo para processar toda a informação. O que entendo por processar? Cada fragmento, após ficar relativamente seco e sofrido uma pequena desalinização em água doce (a verdadeira desalinização tem de ser feita em tanques próprios e leva algum tempo), era fotografado (de um lado e do outro), pesado e as suas características e local de depósito colocado numa base de dados em Access. Após isto a peça é colocada, junto com a sua etiqueta, numa espécie de chouriço de rede, dentro do qual irá para a desalinização.
Foi neste ambiente de escritório/linha de montagem estandartizada da Coreia do Norte que surgiu a AAÓ. Num daqueles momentos de cansaço e no meio de funções repetitivas em que basta a mais pequena coisa na rádio para dar origem a teorias lunáticas e comentários que são… como direi… em fim… estúpidos.
Antes demais esta associação foi criada em honra de um nosso colega dos trabalhos de Maio desse ano, o psiquiatra/estudante de arqueologia Óscar Nogueira cujo entusiasmo pela descoberta arqueológica nos contagiou a todos. Junto com a AAÓ foi criada a Rádio Óscar responsável pela selecção musical naquela fábrica Coreana (na qual todos acreditávamos trabalhar em glória do Generalíssimo, fosse lá ele quem fosse!).
Uma coisa é certa a AAÓ e a Rádio Óscar continuaram a contagiar os demais membros do grupo de trabalho dos Cortiçais com a sua demência bem disposta e loucas teorias. Em técnica de guerrilha atacaremos e fugiremos até que toda a arqueologia subaquática seja contagiada bela boa disposição e ideias parvas (esta última talvez seja mais fácil…). Viva a revolução!!!
Vitor Frazão, membro fundador da AAÓ
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